O ano de 2010 terminou com algo inesperado, mas intimamente desejado: a redescoberta e aquisição do elmo de batalha de D. Sebastião!
O ano de 2011 começou com o regresso do elmo, motivo de alegria e reflexão.
O elmo de D. Sebastião regressado a Portugal
Não há outro monarca luso que tão vasto leque de opiniões suscite. Para uns é mental ou fisicamente defeituoso, a ponto de acharem preferível que tivesse morrido à nascença. Para outros, é um Anjo Salvador, que regressará algum dia.
Penso ter chegado a altura do povo separar o trigo do joio e colocar os pontos nos is, para se saber, com maior grau de certeza, quem foi D. Sebastião e por que razão fez o que fez.
Os últimos tempos ofereceram diversos sinais que, de certa forma, nos chamam a rever tudo o que se disse, escreveu ou alegou, acerca desta figura mítica e lendária, atacada e amada, que tão profundamente se encontra ancorada na alma do Mundo Português.
Tudo começou quando, contra a vontade de muitos, um Papa Alemão canonizou um Marechal General, herói nacional, que não morreu de martírio. Trata-se do nosso Condestável, D. Nuno Álvares Pereira (1360-1431). Em Portugal, desde o século XV que é tratado como nosso Santo Condestável. Sob o ponto de vista da Igreja, nem monge foi. A sua recente canonização foi de tal modo contestada a nível internacional, que chegou a ser negado mesmo o mais humilde reconhecimento pelo órgão do Estado a quem isso competia. Quem sistematicamente procura denegrir os Chefes da Igreja Católica, reencontrou logo no passado da juventude do Papa (o cumprimento do serviço militar e a ascendência de D. Nuno Álvares Pereira, pelo lado materno, ligado à Casa Real Germânica, na Lombardia), razão obscura desta canonização. O Papa, porém, não deixou nada obscuro. Não apenas canonizou o Herói Nacional Luso, como até deu, por pergaminho, a bênção papal a todos os infantes de Portugal, algo que desde que D. Afonso V assumiu a cruzada contra o Islão não acontecera.
Esta bênção papal esteve exposta na sala elíptica (a sala de honra), na Escola Prática de Infantaria, no Palácio de Mafra. Foi belo verificar que, na homenagem que a EPI prestou ao Santo Condestável (seu patrono), tanto as entidades museológicas como as eclesiásticas trabalharam em conjunto com as militares, para prestar a homenagem devida. Na sala de honra estavam em grande destaque, não apenas as relíquias do Santo, manuscritos por ele assinados, que a Torre do Tombo tinha cedido, belos quadros de D. Nuno do Museu Nacional de Arte Antiga, como a grande estátua do Condestável a pé, segurando o seu famoso martelo de armas (chamado Bico de Corvo). Estátua idêntica encontra-se na Sala de Aljubarrota do Museu Militar de Lisboa e as suas representações repetem-se em grande parte da iconografia que existe do Santo Condestável, desde o século XVI.
Pode e deve-se perguntar: o que tem isso a ver com D. Sebastião?
Inaugurou-se recentemente, num Museu de Zurique, uma exposição sobre marfins do Ceilão, onde figura um quadro representando D. Sebastião aos oito anos de idade. Este esteve erradamente classificado, num palácio austríaco, sendo por isso desconhecido, desde o século XVI. Ao fim e ao cabo trata-se de um Neto Rei do Imperador Carlos V, do Sacro Império Romano de Nação Germânica.
Os Soberanos costumam ser representados com os seus atributos régios, isto é, a coroa, o ceptro e a espada da justiça. Por vezes, apenas são representados com um simples bastão de comando.
(será este o quadro a que o Autor se refere?)
O nosso monarca deixou-se representar em armadura (uma de Augsburgo, entretanto desaparecida), segurando na mão o martelo “bico de corvo” de D. Nuno Álvares Pereira. Como é possível que um monarca se deixe representar com uma arma de comando de infantaria, quando a arma nobre da altura era a da cavalaria? Como é que o nosso monarca escolheu o símbolo de um Herói Nacional falecido há muito, que liderou o povo, o peão, no combate contra a cavalaria castelhana e francesa, tornando-se Herói e Santo Salvador da Pátria? Terá sido por influência patriótica do seu professor, Damião de Góis?
Como se pode permitir que se represente um jovem Rei, em 1562, com uma arma de 1385? Isto seria o equivalente a colocar uma arma das invasões napoleónicas nas mãos de um comandante supremo actual! Algo descabido, que dá que pensar!
Sabemos que D. Sebastião mandou abrir os túmulos dos seus antepassados e daí retirou as suas espadas para estas lhe servirem de talismã na sua campanha africana. Até levou o elmo de Carlos V com que tomou Tunes.
Será que D. Sebastião também mandou abrir o túmulo do Santo Condestável, no Convento do Carmo, em Lisboa e lhe tenha pedido de empréstimo o seu Martelo de Armas?
Imenso do que diz respeito a D. Sebastião ainda hoje se encontra envolvido em secretismos.
O aparecimento do quadro de D. Sebastião com o Martelo de Armas do Santo Condestável e do Elmo de Batalha, são como badaladas de um sino da História, que nos acordam para o cumprimento de um dever: descobrir as verdades acerca D. Sebastião!
Para isso, devemos reunir tudo, mas mesmo tudo, que nos possa oferecer luz.
A grande maioria das obras dos nossos cronistas e historiadores peca por terem tido donos. Estes não se preocupavam com a verdade, mas apenas com a apresentação da vertente mais conveniente para os seus interesses. Isto anula parte da fidelidade dos seus relatos.
Devemos estudar documentos originais, nunca estudados ou interpretados. Existem, precisam é de ser encontrados.
No século XVI enforcaram-se os padres franciscanos que ousavam levantar dúvidas acerca da morte de D. Sebastião em Alcácer-Quibir. Os dominicanos trabalharam com o Santo Ofício e este com o poder entronado. Não havia vontade de se saber algo mais concreto acerca de D. Sebastião. As diferentes obras publicadas acerca de relatos da batalha carecem sempre da concordância do Santo Ofício, o que anulava qualquer divulgação de conhecimentos não condizentes com a versão oficial.
Os primeiros a lançar pesquisa sistemática acerca do que acontecera foram os alemães. Era do neto do seu Imperador que se tratava. Até enviaram pesquisadores a Veneza, porque existia grande convicção de que o chamado 3º Falso Sebastião, o que apareceu em Veneza logo após a morte de Filipe II de Espanha, tenha sido o verdadeiro.
Aos Filipes não convinha que D. Sebastião voltasse!
Aos fanáticos dentro da Igreja também não!
Aos proponentes da Casa Ducal de Bragança como nova Dinastia Lusa também não!
Então quem é que queria saber a verdade? Apenas alguns estudiosos estrangeiros?
NÃO! O povo sempre quis saber a verdade e duvidou das explicações oficiais.
O povo sempre sentiu estar mais perto da verdade, embora não o soubesse explicar ou exprimir!
Apenas em Portugal existe um majestoso mosteiro (o dos Jerónimos, em Lisboa, à antiga beira do Tejo), onde se apregoa algo incompreensível aos cérebros lógicos e racionais. Mostram-se três sarcófagos imponentes mas enganosos. Um é o de D. Sebastião, com a inscrição (traduzida do latim): “SE É VERA A FAMA, AQUI JAZ SEBASTIÃO, VIDA NAS PLAGAS DE ÁFRICA CEIFADA. NÃO DUVIDEIS QUE ELE É VIVO, NÃO! A MORTE LHE DEU VIDA ILIMITADA”. Outro é o de Vasco da Gama, que nunca nele entrou e o terceiro é o de Luís de Camões, que, na realidade, acabou por ser enterrado em vala comum! Os três túmulos albergam dos mais significativos capítulos escritos pela alma lusa, algo que apenas quem ama Portugal compreende.
Tudo o que temos acerca de D. Sebastião é uma longa lista de perguntas por responder:
Terá de facto trocado de cavalo e armadura com o seu escudeiro em plena batalha?
Foi o seu escudeiro que morreu em vez dele?
Os nobres lusos, prisioneiros dos marroquinos, que foram reconhecer o seu corpo fizeram-no devido ao elmo, pois tinha a cara desfeita. Quando o incluíram na negociação do seu resgate e trouxeram de volta a Portugal, saberiam que era a personagem errada, afim de evitar o levantamento de dúvidas, para que se deixasse de procurar o Rei?
Terá D. Sebastião de facto regressado ao Algarve e, caído em si de vergonha, pela desgraça causada à nação, se tenha escondido numa cabana de um pescador?
Terá D. Sebastião tido o tal encontro na fronteira de Espanha com o seu tio, Filipe II, combinando os dois o regresso de D. Sebastião, quando as coisas do Estado estivessem restabelecidas e a ocasião fosse propícia? O que é um facto é que o comportamento de Filipe I de Portugal, para com o Mundo Português e a lusa gente, foi significativamente diferente do depois aplicado pelos seus sucessores, que consideravam Portugal um feudo ou colónia.
O facto do 3ºFalso D. Sebastião se ter pronunciado como verdadeiro, precisamente após a morte de Filipe I, dá que pensar.
E as tenças pagas pela Casa de Bragança aos herdeiros de D. António Prior do Crato, nomeando-os embaixadores de Portugal (intervieram no Tratado de Utrecht), sem autorização para pisarem terras lusas? O mesmo aconteceu a uma família do norte de África, supostamente descendente de D. Sebastião.
O próprio filho de D. António Prior do Crato foi a Veneza e reconheceu D. Sebastião como seu Rei!
Qual a razão do forte desentendimento entre D. Sebastião e seu tio, o Cardeal D. Henrique (Inquisidor Mor), ao ponto do Rei lhe proibir entrar no Palácio e de impedir que funcionários seus aceitassem cartas do Cardeal a si dirigidas?
Como se entende a alegria manifestada todos os anos na data da batalha de Alcácer-Quibir pelos sefarditas de Tanger, que festejam a morte do nosso Rei, quando foram os cristãos-novos de Lisboa que pagaram metade dos custos da campanha?
Como se explicam as estranhas mortes dos 9 filhos de D. João III, incluindo a do Infante D. João, pai de D. Sebastião, que faleceu poucos dias antes do nascimento do filho?
Como se explica a estranha libertação de Damião de Góis dos calabouços do Santo Ofício e o seu assassinato numa albergaria quando ia a caminho para falar com D. Sebastião?
Como se explica uma partida para Marrocos, em pleno Verão, fortemente desaconselhada ao jovem monarca por todos os conselheiros militares?
Porque razão quase nunca se menciona que D. Sebastião já se ter tinha deslocado ao norte de África anteriormente e aí entrado em combate?
Porque não se menciona quem ordenou a aniquilação da Ordem de Cristo como ordem religiosa militar, transformando-a em mera ordem monástica?
Porque não se menciona que D. Sebastião pediu ao Papa a restauração da Ordem de Cristo como ordem religiosa militar, o que foi por este negado?
Tudo isto e muito mais merece ser estudado.
O aparecimento do elmo de batalha de D. Sebastião teve uma consequência inesperada: o aparecimento espontâneo de um “NÚCLEO DOS AMIGOS DO ELMO”. Os seus membros declararam por escrito que “amam Portugal” e colocam este seu sentimento acima dos seus interesses pessoais.
Com isto, ultrapassam grande parte dos historiadores encartados e bem merecem todas as ajudas possíveis. Nenhuma delas será financeira. Não haverá movimentação de capitais nem atribuições de títulos. Todos trabalharão como voluntários e iguais entre iguais, dentro do que lhes for possível e a favor do bem comum. Este é o restabelecimento da verdade histórica acerca de D. Sebastião e de tudo o que à retoma da sua defesa da Pátria estiver ligado.
Assim, pede-se a quem souber de qualquer documento ou objecto, que possa oferecer alguma luz acerca D. Sebastião, que informe do mesmo os membros do núcleo, por correio electrónico que se encontra na página do Facebook em http://www.facebook.com/home.php?sk=group_166483290056611 ou pelo blog www.projectoapeiron.blogspot.com ou que se informe através do Google em núcleo dos amigos do elmo.
Pode também fazê-lo por carta dirigida ao Museu-Luso-Alemão, sito na Quinta Wimmer, 2605-213 BELAS, (Fax: 21 431 31 35), onde já se reuniram muitas dezenas de documentos e objectos ligados a D. Sebastião, juntos por gerações, que souberam manter o seu respeito e carinho por esta personagem ímpar e tão incompreendida da nossa História.
Aqui vai a imagem do elmo de batalha de D. Sebastião, que outrora fez parte do conjunto usado pelo DESEJADO, representado no quadro atribuído a Cristóvão de Morais, no Museu Nacional de Arte Antiga.
Se o elmo pudesse falar, o Portugal dos nossos netos não sucumbiria a estatísticas incolores, mas mostraria a sua presença de velas enfunadas, bem-vindas por todo globo!
Belas, 31 de Dezembro de 2010
Rainer Daehnhardt
o Imperador Kangxi
e Pedro o Grande da Rússia
O jesuíta Tomás Pereira, nascido perto de Famalicão, São Martinho do Vale, em 1645 e falecido em 1708, foi uma das mais importantes figuras da História da China do século XVII, da história em geral, e um orgulho para os portugueses... que sabem da sua existência!
Professor pessoal, intérprete e conselheiro do imperador chinês Kangxi, com quem privou 35 anos, Tomás Pereira, pelas posições que ocupava, acompanhou importantes acontecimentos políticos da China.
Desde há séculos a China só fazia guerra aos Tártaros e, para evitar e expansão territorial dos russos, nos confins da Sibéria, o imperador decidiu mandar uma embaixada à Rússia para estabelecer, definitivamente, os limites territoriais de cada império, numa área de seculares desentendimentos entre as duas nações, o que veio a resolver-se com o Tratado de Nerchinsk, cujas negociações demoraram dois anos, e se concluiu em 1689.
Por ser considerado um elemento de toda a confiança, o padre Tomás Pereira, e seu colega, também jesuíta, francês, Jean-François Gerbillon, foram encarregados de acompanhar essa embaixada, uma vez que a China não sabia nada de tratados e direto internacional, falava-se unicamente chinês, e ninguém sabia qualquer outra língua “ocidental”.
Busto do padre Tomás Pereira na sua terra natal
O padre Pereira concluiu ainda um tratado sobre budismo chinês e o primeiro tratado de musica ocidental (também convertido para chinês), e foi o responsável pelo Calendário Astronômico, instrumento indispensável na vida política chinesa daquele tempo – nele eram determinadas as datas das cerimônias religiosas que o imperador, como representante do reino do Céu, tinha que presidir.
Essa confiança do soberano chinês culminou com a publicação do Édito de Tolerância de 22 de Março de 1692 permitindo a difusão e prática do Cristianismo na China.
Demonstrou, com este gesto, o Imperador Kangxi, uma invulgar abertura ao Ocidente da qual resultou, não apenas o florescimento da Missão Católica e a confirmação da respeitabilidade do saber ocidental na China, como assegurou a frágil situação de Macau, o único entreposto europeu no Império.
O grande imperador Kangxi
Deixemos a China em paz e vejamos agora um pouco sobre o czar Pedro, o Grande, como ficou na história, não por ter cerca de dois metros de altura, mas pela sua imensa obra, considerado desde os dez anos de idade o czar, um jovem de extrema capacidade e inteligência, que decidiu transformar a Rússia, de um país ainda na idade média, para a moderna época que dominava a Europa.
O seu pai, czar Alexis, foi o primeiro a mandar construir casas de pedra em Moscovo! Até ali eram todas de madeira!
Pedro, aos dezessete anos, dominava toda a política, e iniciava a grande “revolução” cultural, social e militar na Rússia, com uma capacidade jamais igualada por qualquer outro monarca do mundo. Estudou todas as artes e ciências, astrologia, matemática, mais tarde em viagem pela Europa, na Holanda, quis aprender como se construíam navios e, saindo do palácio onde estava hospedado em Amsterdam, instalou-se num pequeno apartamento junto do cais e foi trabalhar junto aos operários na construção de uma nave, começando pelo mais humilde serviço, varrer o canteiro naval, até chegar a mestre. Logo os operários começaram a chamá-lo de Piterboss, o chefe! Foi isto rápido porque Pedro era assaz inteligente e trabalhador. No intervalo do almoço comia até junto com os operários.
O Grande Pedro I
Quando soube da embaixada que a China enviava, encarregou o Governador da Sibéria, um boiardo de nome Gollovin, para receber os chineses com a mesma pompa.
A embaixada da China era composta de sete embaixadores, os dois jesuítas e mais dez mil homens de guarda e para a carga de mantimentos e presentes!
Diz a história que a comitiva do Governador Gollovin superou a chinesa! A Rússia não se podia mostrar inferior à China!
O padre Tomás Pereira e seu colegas, foram homens chave nestas negociações! Além do mandarim, falavam latim. Do lado russo havia um único homem, alemão, da embaixada alemã em Moscovo, que falava também latim. E foi com estes interpretes que as duas grandes nações se entenderam! Demorou quase dois anos a conversação, o que não é para admirar. Detalhes a considerar, algumas exigências de parte a parte, e as múltiplas traduções que andavam de um lado para o outro!
Por fim, entendidos, assinaram um documento, feito em duas vias, em latim, com a indicação precisa dos limites territoriais, que todos os negociadores assinaram e juraram, em nome de Deus, e em duas “grandes e grossas” pedras de mármore, que ficaram a assinalar essa divisa, mandaram gravar o seguinte:
“Se alguém jamais tiver o pensamento secreto de reacender a guerra,
Nós pedimos ao Senhor soberano de todas as coisas,
Que conhece os corações,
De punir os traidores com uma morte precipitada.”
Bonito!
A Rússia, estava em boa parte já cristianizada, mas os chineses só conheciam os acontecimentos naturais, mas nem por isso deixavam de reconhecer a existência dum Ser superior “que conhece os corações”!
Acabaram as escaramuças entre tropas chinesas estacionadas na Manchúria, e os cossacos da região de Nerchinsk.
Este tratado durou duzentos anos, e o comércio fluiu entre ambas as partes.
N.- Este texto foi compilado de vários sites da Internet, mas sobretudo da “Histoire de l’Empire de Russie” de Voltaire.
Rio de Janeiro, 25-01-2011
Francisco Gomes de Amorim
CURIOSIDADES QUASE OCULTAS DA HISTÓRIA
Nasceu cerca do ano 450 da era cristã em Faughart perto de Dundarlk naquela ilha a que então se chamava Ibérnia e morreu em Kildare no dia 25 de Fevereiro de 525. Foi enterrada em Downpatrick junto dos túmulos de São Patrício e de São Colombo. Todos eles são hoje os padroeiros da Irlanda.
Filha do chefe de Leinster e de Brocca, uma das escravas da corte ibérnia, Brígida foi baptizada por Patrício, o monge que viria a ser canonizado e professou em Croghan onde foi ensinada por Mel de Armagh, outro monge que também viria a subir aos altares.
Em 470 fundou o mosteiro de Cill-Dara (Kildare em língua inglesa) assim se tornando a primeira Abadessa da primeira comunidade monacal feminina em toda a Ibérnia. Ali fundou uma escola e iniciou a construção da Catedral. Vários milagres lhe são atribuídos nomeadamente aquele que se conta sobre a transformação da água em leite para dar a uma criança com fome e o de um barril de leite por ela enviado para um vilarejo próximo que não se esvaziou enquanto todas as crianças do local não estavam alimentadas. No final de saciadas as crianças, do mesmo barril passou a jorrar cerveja destinada aos adultos. Diz a tradição que as vacas de Brígida davam leite três vezes por dia a fim satisfazer as necessidades de todos os pobres dos arredores da Abadia. Por este tipo de razões, a arte litúrgica a representa habitualmente com uma vaca a seu lado.
Brígida demonstrou uma extraordinária vida religiosa, interminável compaixão e um grande vigor para espalhar a Fé.
Em Inglaterra existem 19 igrejas que lhe são dedicadas sendo a de Londres a mais importante; na Escócia há duas e vários locais de Gales têm o nome “Llansantaffraid” que significa “Igreja de Santa Brígida”; em Itália há igrejas de Santa Brígida em Piacenza e em Fiesole.
A sua túnica encontra-se no Santuário de São Donato, na Bélgica e um sapato está no Museu de Dublin mas em 1283 foi decidido que a sua cabeça fosse enviada para a Terra Santa. Disso se encarregaram três cavaleiros que transportaram o crânio da Santa com a maior solenidade.
Fazendo escala em Lisboa, não terão tido os modos convenientes a uma perfeita harmonia com as autoridades locais pelo que, entrando em conflito aberto, foram mortos no campo do Lumiar.
O crânio de Santa Brígida ficou como relíquia de grande veneração na capela ali existente e os três cavaleiros foram sepultados em nichos abertos na parede norte do templo.
(*)
A actual Igreja paroquial do Lumiar data de 1603, guarda a venerável relíquia e exibe na sua parede norte os três túmulos dos cavaleiros ibérnios que ali foram pelejar e morrer. O seu Orago é S. João Baptista. Porquê?
Henrique Salles da Fonseca
NOTA FINAL: não confundir com Stª Brígida da Suécia
BIBLIOGRAFIA:
http://www.santosdaigrejacatolica.com/
A DESCOBERTA DA AUSTRÁLIA
Exemplo dum Mapa da Colectânea Vallard mostrando a Costa Oriental da Austrália
NÃO foram os historiadores renegados portugueses que descobriram que o Português Cristóvão de Mendonça, mandado pelo Rei D. Manuel I em 1522, foi à procura da “Ilha do Ouro”, chegando a dar a volta total ao continente australiano, registando toda a sua viagem em mapas coevos, com 120 topónimos portugueses, cujas cópias fazem parte da Colecção Vallard que está preservada na Biblioteca de Huntington em San Marino na Califórnia perto de Los Angeles, Estados Unidos da América.
Já foram escritos quatro livros por autores australianos - dois em inglês e dois em português - a afirmar que foi o Cristóvão de Mendonça que descobriu a Austrália 250 anos ANTES do inglês Francis Drake lá ter abordado.
Aqui estão os dados apresentados pelos dois autores australianos:
“The Secrete Discovery of Austrália” = “Descoberta Secreta da Austrália” pelo Advogado Kenneth McIntyre. Tradução da Fundação do Oriente. E o outro livro publicado na Austrália pelo jornalista cientifico Peter Trickett com o titulo de “Beyond Capricorn” – “Para além do Capricórnio” publicado já em Portugal.
Ambos estes livros apresentam dados arqueológicos:
(1) as ruínas dum Forte Português na Austrália;
(2) uma peça de chumbo usada pelos portugueses na pesca;
(3) uma peça de faiança portuguesa;
(4) um canhão português do século XVI e ainda;
(5) 15 mapas mostrando a costa marítima da Austrália com 120 topónimos portugueses.
Todos estes 15 mapas em pergaminho estão preservados numa caixa sem oxigénio na Biblioteca de Huntington, em San Marino na Califórnia, formando a famosa Colectânea de Vallard.
Os historiadores renegados vão perder!
Não temos dúvida absolutamente nenhuma que os historiadores renegados de Portugal vão perder estas três batalhas:
(1) da Pedra de Dighton,
(2) do Colombo Português e
(3) da descoberta da Austrália por Cristóvão de Mendonça em 1522.
Entretanto é realmente uma pena que esta vitória final tarde a chegar porque quem continua a perder é Portugal!
Não vou mencionar aqui os nomes dos historiadores renegados porque eles não merecem essa consideração. Pela sua teimosia vão morrer e não vão deixar nome nenhum na História de Portugal !
O Almirante Teixeira da Mota, que foi um grande pesquisador da Cartografia Portuguesa, antes de morrer, foi o único que aplaudiu as pesquisas de Kenneth McIntyre concordando com a descoberta da Austrália pelo Português Mendonça.
Devemos lembrar que durante o reinado de D. Manuel I, conhecido como “Rei da Pimenta”, porque pagava mal aos cartógrafos que trabalhavam na Casa da Índia, 62 desses cartógrafos portugueses saíram de Portugal e foram trabalhar para a Espanha, França, Holanda e Inglaterra.
Muitos mapas portugueses que existem hoje no mundo foram feitos por esses cartógrafos que passaram a ser chamados de “Traidores”.
Com a destruição da Casa da Índia pelo Terramoto de 1755, hoje não teríamos a Colecção Vallard que foi feita na Escola Cartográfica de Dieppe, em França, pelos tais cartógrafos “Traidores” portugueses que abandonaram o Rei D. Manuel I.
Felizmente que a Colecção Vallard existe hoje para maior glória da História de Portugal! Com a confirmação da descoberta da Austrália por Cristóvão de Mendonça em 1522, podemos afirmar doravante que os navegadores portugueses descobriram o GLOBO TODO e não apenas dois terços!
Manuel Luciano da Silva
Médico
Nascido em Lisboa no ano de 1195, morreu em Vercelli no dia 13 de Junho de 1231; baptizado Fernão, ficou na História para nós, portugueses, como Santo António de Lisboa e de Pádua para os italianos.
Santo António pregando aos peixes - mural de azulejos, Guimarães
Historiadores do séc. XV admitiram a possibilidade de o seu pai, Martim de Bulhões, ser descendente de Godofredo de Bulhão, comandante da Primeira Cruzada e a sua mãe, Teresa Taveira, descendente de Fruela I, quarto rei das Astúrias e Leão que governou entre 757 e 768. Contudo, a genealogia completa ainda é incerta; tudo o que se sabe é que os seus pais eram nobres, ricos e tementes a Deus. Fernão nasceu rico numa casa próxima da Sé de Lisboa, com pais relativamente jovens.
Educado na escola da Sé, ingressou em 1210, aos 15 anos, no convento de Lisboa da Ordem de Santo Agostinho, o de S. Vicente. Dois anos depois e para evitar as frequentes visitas de amigos e familiares, pediu e obteve dos seus superiores a transferência para o Convento de Santa Cruz em Coimbra onde permaneceu oito anos. Muito estudioso e dotado de grande inteligência e excelente memória, cedo obteve um grande conhecimento das Sagradas Escrituras.
Em 1220, assistindo na Igreja de Santa Cruz aos actos fúnebres dos primeiros mártires Franciscanos mortos em Marrocos em 16 de Janeiro desse mesmo ano, optou pela via do sacrifício e eventual martírio e decidiu tornar-se Frade Menor de modo a pregar a Fé aos sarracenos. Tendo confidenciado as suas intenções a alguns membros do Convento dos Olivais, então arrabaldes de Coimbra, recebeu deles o hábito Franciscano. Assim foi como Fernão deixou a Ordem dos Cónegos Regulares de Santo Agostinho para ingressar na Ordem dos Frades Menores, Franciscanos, onde tomou o nome de António. Este, o nome que o Convento dos Olivais viria em sua memória a adoptar também.
Pouco depois do seu ingresso na Ordem Franciscana, António seguiu para Marrocos mas adoeceu gravemente durante todo o Inverno e foi obrigado a regressar a Portugal na Primavera de 1221. Contudo, o barco em que navegava foi apanhado por forte tempestade e acostou involuntariamente à Sicília onde António permaneceu o tempo suficiente para se recompor dos problemas de saúde. Tendo entretanto ouvido dizer que um Capítulo Geral se reuniria em Assis a 30 de Maio, para lá se dirigiu a tempo de participar nos trabalhos. Concluída a reunião, António permaneceu no silêncio sem que mais se tenha ouvido falar dele.
“Não disse uma palavra sobre os seus estudos”, escreveu um dos seus primeiros biógrafos, “nem sobre os serviços que já prestara; o seu único desejo consistindo em seguir Jesus Cristo até um eventual martírio”. Assim, pediu para ser colocado num lugar em que pudesse viver em isolamento e penitência com vista a entrar mais profundamente no espírito e disciplina da vida Franciscana. Foi então colocado no Eremitério de Montepaolo (próximo de Forli) onde passou a celebrar Missa para os irmãos leigos ali residentes.
Certo dia reuniram-se em Forli inúmeros frades Franciscanos e Dominicanos para receberem a ordenação sendo que António estava presente apenas como acompanhante do Provincial. A certo momento concluiu-se que ninguém fora indigitado para fazer a Homilia e o Provincial Franciscano convidou o Superior Dominicano ali presente para indigitar algum dos seus para fazer a prática. Contudo, todos declinaram dizendo que não estavam devidamente preparados. Na emergência, coube a indigitação a António a quem todos julgavam apenas capaz de ler o Missal e o Breviário. Foi-lhe assim ordenado que dissesse o que o Espírito de Deus pusesse na sua boca.
Compelido pelo voto de obediência a que estava obrigado, António começou por falar lenta e timidamente mas depressa se entusiasmou e passou a explicar os mais recônditos significados das Santas Escrituras com tal erudição, profundidade e de tão sublime doutrina que todos os presentes se encheram de espanto. Aquele, o momento em que começou a carreira pública de António.
Informado da ocorrência, S. Francisco dirigiu-lhe a seguinte carta:
Ao Irmão António, meu Bispo (i.e. Professor de Ciências Sagradas), o Irmão Francisco envia as suas saudações. Será do meu agrado que vós ensinais Teologia à nossa irmandade considerando, contudo, que o espírito de oração e devoção não se extinga. Adeus. (1224)
Seguiu-se o ensino em Bolonha, Montpellier e Toulouse.
No entanto, foi sobretudo como orador – mais do que como Professor – que António fez a sua grande colheita. Num grau perfeitamente eminente, possuía todas as qualidades de um pregador eloquente: voz forte e clara, porte de ganhador, memória prodigiosa e os mais profundos e amplos conhecimentos da Doutrina. A estas características há a crescentar o espírito profético e um extraordinário dom miraculoso. Com o zelo de um apóstolo iniciou uma reforma da moralidade então vigente combatendo especialmente os vícios da luxúria, avareza e tirania. Distinguiu-se igualmente no combate aos hereges mais importantes naquela época, os Cátaros e os Patarinos que «infestavam» o centro e norte de Itália e os Albigenses no sul de França.
Dentre os muitos milagres que lhe são atribuídos, os mais referidos pelos seus biógrafos são:
• O de um cavalo em Rimini que não comia havia já três dias recusando qualquer comida que lhe pusessem à frente, até que se ajoelhou em adoração perante as Sagradas Escrituras que Santo António lhe colocou à frente comendo então umas avelãs que lhe apresentaram;
• O da comida envenenada que uns heréticos italianos lhe apresentaram e que ele, com o sinal da cruz, transformou em inofensiva;
• O do famoso sermão aos peixes que ele proferiu nas margens do rio Brenta, próximo de Pádua.
Eis por que tanto o zelo no combate às heresias como as inúmeras conversões que fez lhe renderam o glorioso título de Malleus hereticorum, o Martelo dos Heréticos.
Henrique Salles da Fonseca
(*)http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Santo_Antonio_01b.jpg
BIBLIOGRAFIA:
“Enciclopédia Católica” em http://www.newadvent.org/cathen/index.html
LISBOA DO SOL NASCENTE – 2
Junto à margem do salgado Tejo, existia um poço de água doce que servia a população ribeirinha. Realidade geológica de clinais e anticlinais que fazem a separação das águas que ainda hoje desperta a curiosidade científica mas que naquelas remotas épocas por certo evocaria misteriosas vontades divinas.
Séculos mais tarde, D. Tomás de Almeida, arcebispo de Lisboa, mobilizou cabedais próprios e mandou erigir junto ao Tejo a sua residência pessoal de modo a que se pudesse deslocar de barco até ao sopé da colina em que se situa a Sé. Navegava em vez de ter que penar por veredas dos arrabaldes da cidade ou ter que sofrer das insalubridades típicas de intra-muros. Essa nobre residência, a que o povo passou a chamar de “Palácio da Mitra”, também se servia do dito poço.
D. Tomás de Almeida, 1º Cardeal Patriarca de Lisboa
Foi com faustosas mordomias que D. João V conseguiu da Santa Sé que o Arcebispo de Lisboa fosse elevado a Patriarca e à honra cardinalícia mas se essa nova dignidade tanto agradava ao Rei, teve este que providenciar ao Patriarcado os rendimentos que permitissem o financiamento de tanta pompa e cerimonial. Assim foi que a Quinta de Marvila, ampla unidade agrícola sobranceira ao Tejo, passou do património real para o do Patriarcado.
(*)
Palácio da Mitra – por esta porta acedia o Cardeal à praia do Tejo para navegar rumo à Sé
Mas D. Tomás de Almeida tinha grande experiência de administração do seu próprio património assim tomando as providências necessárias para que a Quinta de Marvila deixasse o estado de abandono em que se encontrava passando a produzir em conformidade com as necessidades financeiras do dispendioso Patriarcado de Lisboa. Uma das decisões mais importantes que o Cardeal tomou foi a de murar a Quinta de modo a que não mais fosse devassada por “estranhos ao serviço”. Mas teve o cuidado bem cristão de deixar extra-muros o tal poço junto ao rio a que o povo acorria para se dessedentar.
E o povo, agradecido, passou a chamar-lhe o "Poço do Bispo". Houvera nesta cidade mais cuidado com as histórias que por ela correm e teria eu encontrado uma imagem do poço que parece estar hoje enclausurado em traseiras de prédio de arquitectura apócrifa.
Nada do referido nesta charla é importante mas a História não se faz apenas de Aljubarrotas.
Henrique Salles da Fonseca
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COLOMBO ERA PORTUGUÊS
Os historiadores renegados de Portugal ainda andam mais assanhados com este tema do Navegador Cristóvão Colon ou Colombo ser Português. Porquê? Eles aprenderam erradamente que este navegador nasceu em Génova e depois passaram anos a ensinar a mesma asneira.
Muitos destes historiadores renegados escrevem livros e artigos a defender a teoria que ele nasceu em Génova e alguns chegaram até a receber prémios do Governo Italiano e claro que agora não têm “cojones” para admitir que o que têm estado a ensinar aos seus alunos está errado! Nós em medicina mudamos de diagnóstico sem acanhamento nenhum, porque queremos o bem do doente, queremos curar o doente.
Não tomamos uma atitude “daqui não saio, daqui ninguém me tira”, como acontece com os historiadores! Para se fazer o diagnóstico científico da Portugalidade do Navegador Cristóvão Colon, é muito fácil se examinarmos os documentos coevos sem inventarmos fantasias baseadas na cabala ou imagens em espelho! Basta concentrarmo-nos nos seguintes dados:
(1) Duas Bulas Papais de 3 e 4 de Maio de 1493, que existem na Biblioteca do Vaticano, apresentando os seus textos totalmente escritos em latim, mas tendo o nome do Navegador escrito em português antigo ou seja: Cristofõm Colon.
(2) A Sigla do Navegador é muito simples se soubermos os significados da pontuação grega e certos termos próprios em latim e hebraico. Estas interpretações seriam um exercício fora do vulgar para todos os alunos de história.
(3) O Monograma do nome Salvador Fernandes Zarco
(4) A Bênção hebraica para o Filho Legítimo Diogo Colon
(5) O Brasão do Cristóvão Colon com as Quinas de Portugal
(6) Os 40 topónimos portugueses que o Navegador pôs a muitas ilhas das Caraíbas depois das quatro viagens que ele fez.
(7) Já se fizeram as análises do ADN em 477 homens oriundos de Espanha, do sul de França e do Norte de Itália, os quais assinaram os seus nomes testemunhando que eram descendentes directos do Navegador. Os resultados científicos provaram que NENHUM destes 477 IMPOSTORES tinha um cromossoma Y igual ao cromossoma Y do filho Fernando Colon e ao cromossoma Y do irmão Diogo Colon, (irmão do Navegador), os quais foram encontrados nos seus respectivos ossos preservados nos mausoléus na Catedral de Sevilha. Portanto já podemos concluir que baseados nos estudos científicos do ADN o Navegador Cristóvão Colon não podia ter sido italiano, nem francês, nem espanhol!!!
Manuel Luciano da Silva
Médico
LISBOA DO SOL NASCENTE – 1
D. Catarina, Infanta de Portugal e irmã do nosso rei D. Afonso V, nasceu em Lisboa a 26 de Novembro de 1436. Pessoa culta, dominava o latim e o grego traduzindo para português algumas obras importantes da sua época mas entregou-se à vida monástica depois do falecimento prematuro do seu primo D. Carlos, príncipe de Navarra, por quem se tinha apaixonado e a quem se prometera em casamento. Morreu aos 27 anos em Coimbra a 17 de Junho de 1463, pouco antes que a casassem com Eduardo IV de Inglaterra.
Trasladada de Coimbra para Lisboa, foi-lhe construído túmulo na Igreja do então novo Hospital de Todos os Santos e depois do terramoto de 1755 foi novamente trasladada para o Convento de Beato onde ainda hoje se encontra em local que parece actualmente desempenhar a útil mas pouco ilustre missão da armazenagem de massas alimentícias.
Para quem se preparara para ser rainha de Navarra e Aragão e posteriormente se viu quase a ter que ser rainha de Inglaterra, reconheçamos que nos estamos a esquecer um pouco de um valor histórico nacional que poderia ser enaltecido de múltiplas formas e nunca abandonado sob prateleiras de vitualhas industriais.
Para quem teve honras para figurar no painel de Nuno Gonçalves, mal parece que hoje esteja esquecida entre prateleiras de esparguete
Tenhamos esperanças de que o IPPAR se debruce sobre a questão com a brevidade conveniente, já que tanto se esmerou para que nada se viesse a saber quanto ao ADN de D. Afonso Henriques. Antes que o Convento do Beato vá para obras... Sim, mais vale que vá para obras do que ficar como está que não é carne nem peixe no sentido de que não está recuperado mas também não é ruína. É uma coisa assim «a modos que» inacabada, com materiais modernos a segurar uma mistura de várias épocas de arquitectura, desde as medievais às renascentistas, tudo a revelar que foi local importante por várias vezes e que por outras tantas terá caído no esquecimento e abandono... Até que se passou para o esparguete e finalmente para as remunerativas festas de casamentos e baptizados.
Convento do Beato: da serenidade monacal aos bailaricos de casamentos e baptizados...
Erigido por ordem de D. Isabel, mulher de D. Afonso V, no local onde se encontrava uma capela em honra de S. Bento, ali mesmo sobre a margem do Tejo, o Convento do Beato começou por se chamar de S. Bento de Xabregas e teve como primeiro Dom Prior a Frei António da Conceição, membro da Ordem dos Cónegos Seculares de S. João Evangelista. De hábito azul, chamou-lhes o povo de lóios, sinónimo da dita cor.
O proselitismo religioso é norma de todo o Clero mas se há os religiosos que se dedicam a servir os confessos, outros há que optam pela conquista de novas almas para o rebanho e dentre estes sobressaíram sempre estes Cónegos de S. João Evangelista praticando aquilo a que hoje poderemos chamar uma verdadeira “política de fronteira”. Por isso foi tão forte a presença dos Lóios nas terras alentejanas e daí a necessidade de disporem de um local de apoio e refúgio na retaguarda da primeira linha de combate na missão que se atribuíram. O Convento de Xabregas, implantado no então limite da antiga terra cristã, passou a servir de local de tratamento e repouso aos membros da Ordem que se apresentassem doentes e cansados das tarefas de missionação. Aproveitava-se igualmente da sua localização para servir as populações vizinhas, sempre carentes de cuidados de saúde, alimento e conforto espiritual.
De tanto bem-fazer, quando Frei António da Conceição morreu, logo o povo o tratou de Santo não perdendo a Ordem a oportunidade de encetar junto da Santa Sé o respectivo processo de canonização. Assim se formalizou a beatificação de Frei António.
Mas os residentes no Convento de Xabregas começaram a envelhecer e a morrer com toda a naturalidade até que chegou ao fim da vida o último Cónego encarregue do dito processo de canonização. Não houve quem o substituísse até à extinção das Ordens religiosas em Portugal, o Beato António não chegou a Santo e o Convento de S. Bento de Xabregas passou a ser conhecido por Convento do Beato.
Henrique Salles da Fonseca
A Pedra de Dighton
Infelizmente ainda continuam a existir várias dezenas de acontecimentos e personalidades históricas de Portugal que nunca foram pesquisadas nem diagnosticadas -- com a técnica de autópsias -- porque os chamados historiadores universitários preferem manter um estado de controvérsia para poderem usar mais paleio nas suas aulas e assim impressionar os seus alunos, revelando-se que são realmente sabichões!
Estes professores são autênticos renegados da História de Portugal! Vamos encontrar a maior concentração de historiadores renegados nas Universidades Nacionais Portuguesas, porque ganham o mesmo, não investigando NADA!
Há mais de 40 anos nas minhas viagens a Portugal, a primeira coisa que eu fazia era ir às livrarias e procurar livros escritos pelos vários historiadores de Portugal que tratassem dos Descobrimentos Portugueses. E gastei muita “massa” neste projecto!
Em pouco tempo apercebi-me que esses livros foram escritos por historiadores que usaram uma grande variedade de adjectivos diferentes, não apresentando NADA de novo, mas todos eles tiveram o cuidado de emitir as suas “doutas opiniões” renegando os protagonistas ou os feitos históricos.
Estes historiadores renegados não sabem fazer uma REFUTAÇÃO porque não sabem procurar, nem analisar, nem fazer uma autópsia a um documento ou a um monumento. Porquê? Porque estes historiadores renegados não saem da sua universidade nem da biblioteca em sua casa, para se deslocar, irem aos locais onde se encontram os dados históricos e examiná-los com as técnicas científicas modernas.
Vou citar apenas três casos históricos que têm sido e continuam a ser renegados pelos chamados grandes historiadores de Portugal:
(1) As inscrições portuguesas gravadas na Pedra de Dighton pelo navegador Miguel Corte Real em 1511.
(2) A Portugalidade do Navegador Cristóvão Colon, ou Colombo.
(3) A Descoberta da Austrália pelo Navegador Cristóvão de Mendonça em 1522.
http://www.dightonrock.com/Dighton-face-1.jpg
Nós, Médicos, ao ensinarmos Medicina apresentamos o doente em frente da classe para os alunos fazerem perguntas ao doente sobre os sinais e sintomas e depois discutimos todos juntos o diagnóstico e o tratamento da doença.
É assim que se deve ensinar. Era assim que os Professores de História deviam também fazer. Apresentar directamente aos alunos a matéria a ser diagnosticada e deixar os alunos refutar ou concordar com o diagnóstico corrente.
Todos os alunos se devem envolver para que a aprendizagem seja muito mais proveitosa. A atitude de “Magister dixit” era usada no tempo da Idade Média. Agora, nos tempos modernos, isso está fora de moda!
Para se fazer o diagnóstico das inscrições gravadas na Pedra de Dighton é preciso usar-se as técnicas da Arqueologia e mais especificamente as técnicas da Epigrafia.
As inscrições gravadas na Pedra são a prova irrefutável do diagnóstico. Não é qualquer pergaminho que possa existir em Portugal.
Mas até à data (2010) ainda NÃO veio NENHUM historiador especifico universitário de Portugal examinar no local a face da Pedra de Dighton que agora está protegida dentro dum museu, em Berkley, Massachusetts, E. U. A.
Como é que podem fazer o diagnóstico correcto das inscrições a mais de três mil milhas de distância? Isso é ser um profissional desonesto!
As inscrições da Pedra de Dighton são muito simples. Constam de:
(1) Nome do Capitão, Miguel Corte Real, ao centro
(2) Os Escudos Nacionais Portugueses em forma de “U” e “V”
(3) Quatro Cruzes da Ordem de Cristo com extremidades em 45º.
(4) Data de 1S11 com o algarismo em formato de um S maiúsculo.
Manuel Luciano da Silva
Médico
8 volumes da edição completa
Brasília: UNESCO, Secad/MEC, UFSCar, 2010.
Resumo: Publicada em oito volumes, a colecção História Geral da África está agora também disponível em português. A edição completa da colecção já foi publicada em árabe, inglês e francês; e sua versão condensada está editada em inglês, francês e em várias outras línguas, incluindo hausa, peul e swahili. Um dos projectos editoriais mais importantes da UNESCO nos últimos trinta anos, a colecção História Geral da África é um grande marco no processo de reconhecimento do património cultural da África, pois ela permite compreender o desenvolvimento histórico dos povos africanos e sua relação com outras civilizações a partir de uma visão panorâmica, diacrónica e objectiva, obtida de dentro do continente. A colecção foi produzida por mais de 350 especialistas das mais variadas áreas do conhecimento, sob a direcção de um Comité Científico Internacional formado por 39 intelectuais, dos quais dois terços eram africanos.
Download gratuito (somente na versão em português): http://www.unesco.org/pt/brasilia/dynamic-content-single-view/news/general_history_of_africa_collection_in_portuguese/back/9669/cHash/d6c86ae49c/
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