...COMPANHEIRA MARIA INÊS BOTELHO
LISBOA, 21 DE JUNHO DE 2011
Muito Prezada Presidenta Internacional, Companheira Maria Inês Botelho;
Prezados Companheiros;
Minhas Senhoras e meus Senhores:
Sim, muitos foram os teatros por que andámos e se do nosso velho gládio denigrem hoje por cá alguns dos herdeiros de derrotas que infligimos, é por lá que afinal perdura a defesa dos Valores que então lhes legámos e tocam de novo os clangores quando por lá passamos.
Não faz sentido criticar a História com base em Valores à época desconhecidos nem colhe discuti-la; reconheçamos que nem sempre fomos Santos e tenhamos a sensatez de aprender com a História que escrevemos.
E se essa História se mede por séculos recheados de glória, também a devemos medir por anos e até por meses ou dias. Quando analisamos a nossa História que alguém hoje escreve por nós, não podemos deixar de meditar profundamente como foi possível uma Nação passar tão rapidamente de cabeça de Império a parte menor duma congregação de Estados cada vez menos soberanos e muito raramente solidários.
Mas não enjeitemos as culpas. Pelo contrário, façamos da sua assumpção o tema de reflexão e a base de lançamento para os novos rumos que nos hão-de trazer de volta o orgulho em substituição da vergonha, a largueza de horizontes que substitua a pequenez, a esperança num futuro doirado em vez do endividamento galopante.
Prezados Companheiros;
Minhas Senhoras e meus Senhores:
Está nas nossas mãos – e não nas de mais ninguém – a definição dos caminhos a trilhar na construção de um novo Mundo Lusíada: tomemos a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa como uma realidade fantástica em vias de aperfeiçoamento permanente mas lembremo-nos de todos aqueles outros povos que ficaram de fora. E são tantos... São todos aqueles que ao longo da História, algures no mundo, Portugal administrou e que, por vicissitudes várias, abandonou. Esses, os «portugueses abandonados», ficaram nos seus territórios a crer na Fé que lhes levámos, a falar a língua que lhes ensinámos, a sonhar com um Portugal que poucos ou praticamente nenhuns alguma vez pisaram mas que continuam a ter como a Casa-Mãe da Civilização por que optaram.
Muitos, os casos em que passaram séculos de abandono.
Recordemos os «portugueses» do Sri Lanka, católicos romanos, que em Batticaloa e Trincomalee sofreram as agruras da guerra civil entre indús e budistas e que, maior pena pesada sofrida, se viram fustigados pelo tsunami de 26 de Dezembro de 2004. O que fizemos por eles? Institucionalmente, nada!
Recordemos os cristãos das Celebes e das Molucas que tanto sofreram com o isolamento a que se viram votados só pelo facto de os seus Rajás terem sido «irmãos» do Rei de Portugal.
Recordemos os lusófonos da Costa do Malabar que tanto têm pugnado pela Cultura Indo-Portuguesa e ainda hoje são praticamente ignorados nas suas aspirações.
Recordemos os Melungos, esses remotos descendentes dos soldados e marinheiros dos Algarves d’aquém e d’além mar que acompanharam os irmãos Corte Real no desbravamento da costa oriental americana, sempre e ainda residentes na Apalachia e que hoje, todos estes séculos passados, se dizem luso-descendentes. Que temos feito por eles? Nada!
E que dizer da Guiné-Bissau onde se estima que apenas cerca de 15% da população fala português?
E quantos exemplos mais poderia citar se o tempo fosse de inventários em vez de acção urgente...
Eis o que por eles podemos fazer: ensinar-lhes a nossa língua, a que havemos de arvorar como o grande instrumento da paz no séc. XXI.
E contra ventos e marés havemos de o conseguir pois
Aqui ao leme sou mais do que eu:
Sou um povo que quer o mar que é teu;
E mais que o mostrengo, que me a alma teme
E roda nas trevas do fim do mundo,
Manda a vontade, que me ata ao leme,
D' El-rei D. João Segundo!
Muito obrigado!
Lisboa, 21 de Junho de 2011
Henrique Salles da Fonseca
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